Alguns trabalhadores alegaram que estão sendo descontados ou têm que ficar até mais tarde para ‘pagar’ o tempo gasto para receber a vacina Covid-19 durante seu turno de trabalho.
Isso ocorre apesar das mensagens do governo e da NPHET pedindo aos empregadores para facilitarem o comparecimento dos trabalhadores à sua consulta de vacinas Covid-19.
Várias pessoas disseram que sua empresa pediu para que reservassem um dia da licença anual para serem vacinados, em outros casos, disseram que teriam que “pagar” o tempo gasto para se vacinar. E não para por aí, alguns foram descontados do seu pagamento pelo tempo que ficaram ausentes do trabalho, ou até mesmo foi pedido para remarcarem sua consulta de vacina.
Tánaiste e o Ministro, Leo Varadkar disseram que “é do interesse de todos que os funcionários sejam vacinados e pediu aos empregadores que sejam mais flexíveis.”
Tem ocorrido algumas denunciasaos sindicatosde funcionários que vivenciaram essa experiência. Os empregados não sindicalizados também podem ser afetados com esse tipo de problema.
Um trabalhador de 28 anos relatou: “Fomos informados de que seremos descontados do salário pelo tempo em que estivermos fora. Desde o momento que saímos para receber a vacina até a hora em que voltamos ao posto de trabalho.
Já o David Johnson, de 32 anos que mora em Bettystown disse: “Tive a minha consulta de vacinação na quinta-feira passada para a próxima sexta-feira. Daí eu avisei ao meu gerente e solicitei um dia das minhas férias anuais. Eu particularmente não me importo com essa parte, apesar de não concordar totalmente com ela. ”
David disse que, como eles não são pagos durante o tempo que levam para comparecer à consulta para vacinação, tirar férias anuais no dia de sua consulta para vacinação da Covid-19 pode ser a “única opção real” para não ficar sem dinheiro.
“Meu gerente disse perguntou por que eu escolhi a sexta-feira e se eu não poderia reprogramar ‘já que estamos com pouco pessoal naquela semana. Eu ri alto e pedi a ele que repetisse o que acabava de dizer, pois não queria acreditar no que tinha acabado de ouvir, pois me pediu que eu remarcasse a vacinação enquanto estamos no meio de uma pandemia. Sua resposta foi sim. Novamente, tudo que eu pude fazer foi rir.”
Um “vacinator”(nome dado a pessoa que aplica a vacina aqui na Irlanda), relatou que duas mulheres ainda vestindo uniforme chegaram separadamente para serem vacinadas e contaram que tinham que “pagar” o tempo que levaram para ir se vacinarem com horas extras.
O vacinator disse que uma das mulheres perguntou se ela precisaria ficar o período de observação que é de 15 minutos após a injeção, porque ela teria que voltar ao trabalho ou então teria que trabalhar até tarde. A segunda mulher com o mesmo uniforme também estava com pressa de voltar ao trabalho porque precisava “pagar” o tempo que perdeu.
Os empregadores são obrigados a liberar seus funcionários para se vacinarem?
Tánaiste e o Ministro do, Leo Varadkar, disseram que ‘encorajaria fortemente todos os empregadores a facilitarem a liberação dos funcionários para se vacinarem’.
Ele disse: “Deve ser possível organizar turnos e horários de trabalho em torno das marcações, mas quando isso não for possível, especialmente quando as marcações são feitas com pouca antecedência, os empregadores devem ser flexíveis.”
“É do interesse de todos que a equipe, em especial a equipe de atendimento ao cliente sejam vacinadas. Isso nos ajudará a garantir que as empresas permaneçam abertas durante a onda da variante Delta e quaisquer futuras ondas de infecção que venham a surgir. ”
Quando questionado sobre os salários dos trabalhadores sendo cortados por tirar uma folga para receber a vacina, Varadkar disse hoje a Pat Kenny da Newstalk que os empregadores precisam “ter bom senso”.
Varadkar disse que uma consulta para uma vacina é o mesmo que uma consulta médica. Na maioria das vezes, as pessoas podem organizar seus turnos em torno de seus compromissos, com bastante antecedência.
“Mas, na verdade o que está acontecendo no momento na maioria dos casos é uma colaboração por parte das empresas e das pessoas, pois o programa de vacinas está indo muito bem.”
“Então, estamos dizendo aos empregadores que você realmente deve deixar seu funcionário receber a vacina e não descontar seus salários por isso … Você deve realmente facilitar e não os penalizar financeiramente, pois é do seu interesse que sua equipe seja vacinada por todos os motivos e razões óbvias.
O Departamento disse que os empregadores não são legalmente obrigados a oferecer folga para consultas de vacinas, mas devem ter em mente que isso “ajudará muito na recuperação das empresas e da economia em geral”.
Ele disse em um comunicado no mês passado que os empregadores são “obrigados a tomar medidas razoáveis para fornecer um local de trabalho seguro para seus funcionários” e se assim não fizerem, os trabalhadores podem fazer uma reclamação à Comissão de Relações no Local de Trabalho.
A senadora do Trabalho Marie Sherlock disse: “Precisamos que o governo transmita uma mensagem clara de que os empregadores precisam liberar os trabalhadores totalmente.
O GP Patrick Kelly, que está participando do programa de vacinação, disse:
“Acho importante que os trabalhadores (especialmente aqueles que ganham o salário mínimo) e que foram efetivamente a linha de frente de toda a pandemia sejam apreciados e respeitados pela sociedade em geral e seus empregadores. Faz todo o sentido que as empresas facilitem a vacinação de todas as maneiras que puderem.”
