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Irlanda: Presidente da Progressive College Network teme o fechamento de escolas de idioma e demissões

As restrições que impedem os estudantes internacionais de entrar na Irlanda estão colocando as empresas da ELT(English Language Teaching) em risco de fechamento, de acordo com a associação de escolas de idiomas. 

De acordo com as regras atuais da Irlanda, as escolas de idiomas podem reabrir, mas não podem matricular novos alunos estrangeiros. 

David Russell, presidente da Progressive College Network, disse ao The PIE News que essas regras estão pressionando as escolas de uma forma que podem resultar no fechamento das empresas. 

Em 19 de julho, o Department of Further Education nos disse basicamente que podíamos abrir as escolas, desde que fosse seguro para nossos alunos e funcionários. 

“Mas eles também disseram que não haveria problemas caso optássemos por manter as aulas somente online. Também fomos solicitados a informar ao Departamento de Justiça sobre quais eram nossos planos em relação à reabertura”, disse ele.  

No entanto, Russell disse que o departamento informou às escolas que, embora possam reabrir as salas de aula, não poderiam recrutar novos alunos do exterior. 

“Como qualquer pessoa que trabalha no setor de língua inglesa sabe, nossos principais clientes são estudantes internacionais. Então, basicamente, o que eles estão dizendo é que podemos reabrir, mas só podemos reabrir para os alunos que já estão atualmente no país, o que é absolutamente ridículo”.

Ele explicou que os alunos das escolas de idiomas só têm direito a permanecer na Irlanda por um número limitado de extensões de visto, o que significa que todas as escolas de inglês do país estão competindo entre si pelo mesmo número e “cada vez menor” de alunos. 

“O governo continua fazendo essas declarações maravilhosas de que a Irlanda está aberta e as restrições estão sendo amenizadas, mas parece que essa incrível reabertura e flexibilização das restrições é para todos, menos para o setor de ELT

“Fomos especificamente informados de que não temos permissão para recrutar alunos do exterior. Houve inúmeras declarações do ministro Harris e seu departamento”, acrescentou. 

A frustração em torno das regras foi repetida por David O’Grady, CEO da MEI (Marketing English in Ireland), uma associação com mais de 70 escolas de inglês regulamentadas na Irlanda eatualmente impedidas de trazer uma projeção de 674 alunos por mês durante o restante de 2021.

David O’Grady diz que o setor foi abandonado pelo governo e sem nenhum roteiro para reabertura. Suas escolas de idiomas estão proibidas de recrutar alunos para turmas de em média sete alunos (máximo 15).

“Agentes continuam ligando e perguntando quando que estaremos reiniciando as aulas. Eles não entendem por que um turista pode vir para a Irlanda e um estudante estrangeiro não”, disse O’Grady ao The Irish Examiner.

“Pode haver um lapso de tempo de três a cinco meses entre o nosso retorno ao mercado e recrutamento de novos alunos. Ficaríamos felizes com um plano de reabertura em fases.” 

“O setor sustenta milhares de empregos”, acrescentou O’Grady.

O’Grady explicou ao The Irish Examiner que, ao contrário do que vem acontecendo com o setor de ELT, as universidades já poderão receber palestras com capacidade total de (até 500 alunos em um auditório) a partir desse mês de setembro. 

“Sem evidências ou dados para comprovar isso, os estudantes de línguas foram apontados como de alguma forma um risco maior do que os estudantes universitários ou turistas”, disse ele. 

A segurança do trabalho dos professores de línguas agora pode estar correndo sério risco, de acordo com Russell. Embora existam medidas de apoio do governo em vigor, ele argumentou que não serão suficientes para manter as pessoas empregadas. 

Antes da pandemia, o centro de treinamento NED,  dirigido por Russell, tinha até 600 alunos por dia. No entanto, ele explicou que esse número caiu para 230 e 240 alunos e, portanto, menos professores são necessários.  

O pior cenário pode envolver o fechamento das escolas, de acordo com Russell. “Esse é o elefante na sala sobre o qual ninguém quer falar”, disse ele.  

“Agora, se você tem um cenário em que não há alunos entrando no país, não acho que você precise ser um neurocirurgião para descobrir o que vai começar a acontecer”, acrescentou Russell.

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